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Províncias diamantíferas em Minas Gerais

O estado de Minas Gerais é particularmente rico em diamantes
Diamond provinces in Brazil, Minas Gerais

Em Minas Gerais, no Brasil, existem algumas áreas conhecidas por sua produção de diamantes.
Embora a mineração de diamantes em Minas Gerais não seja tão proeminente como em outros estados brasileiros, como Mato Grosso e Goiás, ainda há algumas regiões onde ocorre a extração de diamantes.
conglomerados diamantíferos
Conglomerado diamantífero de Minas Gerais

Curiosidades de algumas províncias diamantíferas em Minas Gerais
Região do Alto Jequitinhonha:
Essa região abrange municípios como Diamantina, Minas Novas e Couto de Magalhães de Minas.
Foi na cidade de Diamantina que ocorreu o primeiro grande ciclo de exploração diamantífera no Brasil, durante o século XVIII.

Região do Médio Jequitinhonha:
Compreende municípios como Serro, Santo Antônio do Itambé e Datas.
A presença de diamantes nessa região foi descoberta no século XVIII e estimulou a colonização e a atividade mineradora na área.

Região do Alto São Francisco:
Inclui cidades como Presidente Kubitschek, Buenópolis e Corinto.
Nessa região, os diamantes foram descobertos no final do século XVIII.

Região do Alto Paranaíba:
Compreende municípios como Patos de Minas, Presidente Olegário e Lagoa Formosa.
Embora a mineração de diamantes não seja tão intensa nessa região, já foram encontrados diamantes de boa qualidade.

Os depósitos desse bem mineral são conhecidos em todas as regiões do estado, mas as principais agrupam-se em quatro maiores que são designadas como “províncias diamantíferas”, sendo elas:
Serra do Espinhaço,
Oeste São Francisco,
Alto Paranaíba e
Serra da Canastra.

Entretanto, além dessas grandes regiões, existem ainda diversas ocorrências pontuais espalhadas por todo o estado.

Lista das províncias diamantíferas de Minas Gerais:
Províncias diamantíferas em Minas Gerais
Mapa das Províncias diamantíferas em Minas Gerais

1- Padre Carvalho;
2- Botumirim;
3- Grão Mogol;
4- Jequitaí;
5- Bocaiúva;
6- Itacambira;
7- Minas Novas;
8- Serra do Cabral;
9- Curimataí;
10- Carbonita;
11- Corinto;
12- Diamantina;
13- Rio Vermelho;
14- Presidente Kubitschek;

15- Serro;
16- Baldim;
17- Conceição do Mato Dentro;
18- Santa Fé de Minas;
19- Canabrava;
20- Serra do Jatobá;
21- João Pinheiro;
22- Rio do Sono;
23- Chapadão dos Gerais;
24- Presidente Olegário;
25- Serra das Almas;
26- Três Marias;
27- Carmo do Paranaíba;
28- Serra Selada;
29- São Gotardo;
30- Dores do Indaiá;
31- Luz;

32- Guarda Mor;
33- Catalão;
34- Coromandel;
35- Lagamar;
36- Estrela do Sul;
37- Monte Carmelo;
38- Patos de Minas;
39- Nova Ponte;
40- Perdizes;
41- Ibiá;
42- Uberaba;
43- Sacramento;
44- Desemboque;
45- Delfinópolis;
46- Vargem Bonita e
47- Franca.


Os diamantes em Minas Gerais na maior parte são lavrados a partir de depósitos secundários.
Algumas centenas de kimberlitos ou rochas parentais, de idade cretácica, são conhecidos principalmente nas províncias Alto Paranaíba e Serra da Canastra, embora os reais potenciais diamantíferos de tais rochas ainda sejam objeto de controvérsias.

O maior diamante brasileiro, designado “Presidente Vargas” com 726 ct, foi extraído em 1938 do rio Santo Antônio do Bonito, em Coromandel, Província Alto Paranaíba.

Os dados sobre os depósitos de diamantes de Minas Gerais foram tabulados, agrupados especificamente de acordo com suas respectivas províncias diamantíferas, ou como ocorrências isoladas.


NOTAS:
Vale ressaltar que a atividade diamantífera em Minas Gerais tem uma história marcada por períodos de intensa exploração e momentos de declínio.

A mineração LEGAL de diamantes requer uma licença e regulamentação adequadas por parte das autoridades competentes.
A extração ilegal de diamantes é uma prática proibida e prejudicial, pois pode causar danos ambientais e sociais. Portanto, é fundamental seguir as leis e regulamentos estabelecidos para a atividade de mineração.



Informações e testeas caseiros para diamantes:

As 2 principais fontes de diamantes:
Kimberlito e Lamproito

Conglomerados diamantíferos no Brasil


Principais Gemas de Minas Gerais:

O Ouro em Minas Gerais:




Fontes:

Plantas indicadoras de diamantes no Brasil

Plantas indicadores de diamantes no Brasil
Indicator Plants of Diamond Gems in Brazil

As plantas indicadoras são espécies adaptadas a determinados ambientes que podem ser utilizadas pelas populações humanas para a classificação destas paisagens de acordo com as suas caraterísticas ou potenciais usos. Entre estas plantas, algumas são utilizadas como indicadoras geobotânicas de minerais por estarem relacionadas à presença de determinados minerais ou propriedades do solo.
Este trabalho faz um levantamento de espécies consideradas indicadores de diamantes no Brasil.
A partir de ampla revisão de literatura foram identificadas cinco espécies vegetais relacionadas com a ocorrência de diamantes no país:
Babarcenia sp.,
Vellozia sp.,
Lageonocarpus adamantinus,
Schwartzia adamantium e
Norante guianensis.
Destas, três foram analisadas quanto as suas distribuições e comparadas com os locais com registro de ocorrência de diamantes no país.
Existe uma sobreposição entre as áreas onde estas plantas ocorrem e locais diamantíferos.
Assim é provável que as espécies de ocorrência mais restrita (L. adamantinus e S. adamantium) são melhores indicadoras ambientais para a ocorrência de diamantes.

Entretanto, com os dados obtidos neste trabalho de pesquisas, apenas a ocorrência destas plantas não é suficiente como indicador da presença de diamantes e são necessários outros estudos para a prospecção geológica de corpos kimberlíticos e de gemas de diamantes em fontes secundárias onde estas espécies ocorrem para confirmar esta correlação.
No Brasil além de corpos kimberlíticos o lamproíto é a principal fonte possível para o diamante aluvionar.

Conhece alguma destas plantas a seguir?
Fique atento a alguma delas quando for fazer uma sondagem mineral ou para diamantes.
Lagenocarpus Nees
Lagenocarpus Nees (Cyperaceae)

Schwartzia adamantium, planta indicadora de diamantes no brasil
Schwartzia adamantium (Marcgraviaceae)

Norantea guianensis Aubl., planta indicadora de diamante no brasil
Norantea guianensis Aubl. (Marcgraviaceae)

Saiba o nome popular delas logo mais abaixo neste artigo.

Evolução e adaptabilidade das plantas
As espécies vegetais evoluíram nos mais diversos tipos de ambiente, adaptando-se às características locais. Altitude, características do solo (como textura, disponibilidade hídrica, nutrientes e pH), atmosfera, pluviosidade, umidade relativa do ar, temperatura, polinizadores, dispersores, luminosidade e fotoperíodo podem ser alguns dos fatores limitantes ao desenvolvimento dos vegetais nestes diferentes ambientes. Modelos biogeográficos tentam explicar a distribuição de cada espécie em função destas diversas variáveis. Desta forma, a ocorrência de determinadas espécies pode estar associada a algumas destas características limitantes, fazendo destas plantas potenciais indicadoras da paisagem. Cabe, entretanto, ao ser humano aprender a observar e identificar tais espécies bioindicadoras de acordo com suas necessidades e especificidades.

Indicadores geobotânicos são plantas com ocorrência limitada, associada ou com diagnose foliar visual de toxidez ou deficiência de nutrientes, relacionadas a condições específicas das propriedades geológicas dos ecossistemas, como a presença e acúmulo de determinados elementos no solo, distribuição de rochas no terreno, profundidade e perfil do solo, presença de corpos de água subterrâneos, áreas halófitas, depósitos minerais, entre outros. Desde o século XVII, a espécie Silene suecica (Caryophyllaceae), conhecida como planta-pirita, é associada à ocorrência de minas de cobre na Escandinávia, o que atualmente compreende-se que ocorre devido a sua tolerância a níveis tóxicos neste minério. Na África, Ocimum centraliafricanum, conhecida localmente como copper plant, também é associada a áreas com cobre. Foram listadas cerca de 122 espécies indicadoras de reservas de minério (indicadoras geobotânicas) em todo o mundo e analisadas 85 espécies plantas consideradas indicadoras de diversos minerais (Al, Co, Cu, Au, Fe, Mg, Ni, Bo, Se, Ag, U, Zn), observa-se que, entre elas, as famílias Caryophyllaceae, Fabaceae e Lamiaceae são as mais frequentes.
No Brasil, é comum o uso de plantas ruderais como indicadoras da fertilidade do solo por agricultores. Entre os povos indígenas, os Kayapó classificam os diferentes tipos de ambientes que ocupam a partir da ocorrência de diferentes espécies de plantas indicadoras de paisagens. Recentemente, (2015) comprovou-se que a espécie Pandanus candelabrum (Pandanaceae) ocorre exclusivamente em áreas com afloramento de diamantes na África Ocidental (Libéria), conforme o conhecimento tradicional previa. Descobriu-se que sua ocorrência é restrita às localidades com afloramento de chaminés de kimberlito, uma formação geológica proveniente de rochas magmáticas sob alta temperatura e pressão e que ocasionalmente forma diamantes. Estes kimberlitos podem ser ricos em diferentes minerais, como mica, calcita, diopsídio e apatita, o que pode gerar um solo de composição e fertilidade especifica contribuindo para o estabelecimento de uma vegetação adaptada a estas condições ambientais. A associação entre P. candelabrum e as chaminés de kimberlito foi relacionada da seguinte forma: devido às formações tubulares encontradas no kimberlito ocorre um aumento da capacidade de retenção d’água, tornando-o mais argiloso do que os horizontes adjacentes; as raízes de P. candelabrum penetram nessas chaminés para se fixar; durante o crescimento de P. candelabrum as raízes absorvem seletivamente íons de Mg, K, P e diminuem a concentração de Fe; e durante o crescimento das raízes desta espécie ocorre a elevação de rochas ígneas (e.g. ilmenita: mineral de magnetismo fraco [FetiO3]) e eventualmente pequenos diamantes. Esta associação está auxiliando os governos dos países da África Ocidental na localização de depósitos de diamantes.
No Brasil, país com áreas de exploração de diamante conhecidas desde o século XVIII associado a uma atividade de mineração artesanal, tem-se registrado relatos sobre espécies vegetais relacionadas à ocorrência desta pedra preciosa. Entretanto, a falta de um levantamento sistemático das espécies vegetais relacionadas à ocorrência de diamantes no Brasil dificulta a produção de estudos que procurem confirmar esta correlação. Desta forma, este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento das espécies de plantas relatadas como indicadoras de diamantes no Brasil a fim de fornecer subsídios para futuros estudos que relacionem as possíveis espécies candidatas com variáveis geológicas.

Material e métodos
As espécies vegetais indicadoras de diamantes no Brasil foram levantadas a partir de extensa revisão de literatura em livros, periódicos e teses. Foram utilizadas as seguintes bases de dados de literatura científica: Scopus (https://www.scopus.com), Google Scholar (http://scholar.google.com.br), Scielo: (http://www.scielo.org), Periódicos da capes (http://www.periodicos.capes.gov.br) para a combinação das palavras “diamantes”, “Brasil”, “plantas bioindicadoras”, “plantas geobotânica” e “plantas indicadoras”.
As espécies identificadas tiveram o seu nome atualizado de acordo com a APG IV na Flora do Brasil 2020 (2020) e trópicos (2019) e foram realizadas buscas especificas nas bases de dados já citadas com o nome válido e sinônimos para identificação de outros usos e descrição morfológica.

A distribuição e áreas de ocorrência destas espécies foram conferidas a partir das bases de dados do Herbário Virtual (INCT, 2020), CNCFlora (2018, 2020), trópicos (2019) e Flora do Brasil 2020 (2020) e comparado com regiões de ocorrência de diamantes no Brasil, a partir dos mapas e documentos elaborados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e de outras fontes consultadas.

O resultado das pesquisas:
Ocorrência de diamantes no Brasil
O Brasil possui registros da exploração de diamantes desde o início do século XVIII, quando foram descobertos depósitos na região de Diamantina no estado de Minas Gerais. Até o século XIX o país figurava entre os maiores produtores mundiais, quando foram descobertas jazidas na África do Sul.
Ao longo dos séculos foram encontrados depósitos de diamante em diversas regiões do Brasil, desde o Sul do país na região do Rio Tibaji, no estado do Paraná; Itararé e Patrocínio Paulista em São Paulo; Alto Parnaíba e região Central de Minas Gerais; Aragarças e Piranhas em Goiás; Barra dos Garças, Chapada dos Guimarães, Aripuanã e Juína no Mato Grosso; Coxim no Mato Grosso do Sul; Chapada Diamantina na Bahia; Gilbués no Piauí; Imperatriz no Maranhão; Marabá no Pará; Oeste de Rondônia, além de localidades menores no Amapá e Roraima; com destaque para os estados de Minas Gerais, com 71% das reservas oficiais Brasileiras, e Mato Grosso com 85% da produção nacional.
O projeto Diamantes do Brasil, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), concluído em 2017, mapeou 804 ocorrências de diamantes, 142 garimpos, 42 campos e 1.344 corpos kimberlíticos no país.

Indicadores geobotânicos de diamantes no Brasil
Espécies vegetais indicadores de diamante no Brasil Segundo a literatura consultada, foram identificadas cinco espécies vegetais relacionadas pelas populações locais com áreas de ocorrência de diamantes no Brasil, duas pertencentes à família Velloziaceae (Babarcenia Vand. e Vellozia Vand.), uma pertencente à família Cyperaceae (Lagenocarpus adamantinus) e duas à família Marcgraviaceae (Schwartzia adamantium e Norantea guianensis).
As duas espécies de Velloziaceae, foram mencionadas por Spix e Martius (1824) e não foram analisadas quanto a sua distribuição, já que os autores não determinaram as espécies e há pelo menos 89 espécies destes gêneros que ocorrem na região de Diamantina descrita pelos autores.


Lagenocarpus adamantinus Nees
(Cyperaceae)
plantas indicadoras de diamantes no brasil
Lagenocarpus adamantinus Nees (Cyperaceae) no Brasil

Nome popular: capim-dos-diamantes, brilhante, capim-brilhante, capim-diamante, tiririca-dos-diamantes. Descrição e ocorrência: Erva terrícola ou rupícola, perene, de 70 cm a 1,1 m de altura, formando pequenas touceiras laxas, endêmica de campos rupestres do Cerrado no estado de Minas Gerais, com ocorrências registradas apenas na região de Diamantina e na Serra do Cipó.
Ocorre sobre afloramentos quártzicos como colonizadora primária.
local de ocorrência de diamantes em Minas Gerais
Lagenocarpus adamantinus Nees (Cyperaceae) em Minas Gerais

Por ocupar uma área restrita, é classificada como uma planta Vulnerável (VU).
É crença popular que vegeta de preferência nos terrenos diamantíferos do estado de Minas Gerais na região de Diamantina.

Schwartzia adamantium
(Marcgraviaceae)
Schwartzia adamantium (Cambess.) Bedell ex Gir.-Cañas (Marcgraviaceae) no Brasil
Schwartzia adamantium (Marcgraviaceae) no Brasil

Nome local: agarra-pé, mel-de-arara, pau-de-papagaio.
Descrição e ocorrência: É um arbusto ou pequena árvore de até quatro metros de altura, caule tortuoso, geralmente com raízes adventícias, subcaducifólia ou caducifólia, terrícola, folhas simples, alterno-espiraladas, subsésseis e glabras, nativa do Brasil e endêmica do Cerrado, com ocorrência em vegetação de campos rupestres, cerrado e florestas ciliares em terrenos rochosos a mais de 900 metros de altitude. Possui 212 registros de coletas no Brasil. Foi relatado que esta é uma espécie considerada indicadora de áreas com diamante na Chapada dos Veadeiros. Através de sua dispersão, é possível observar que ela ocorre em municípios da região da Chapada Diamantina, no estado da Bahia, Cristalina, Pirenópolis e Alto Paraíso, em Goiás e Diamantina em Minas Gerais, locais onde historicamente já foi realizada exploração de diamantes e cristais.

Norantea guianensis Aubl.
(Marcgraviaceae)
plantas indicadoras de diamantes no Brasil
Norantea guianensis Aubl. (Marcgraviaceae) no Brasil

Nome local: flor-de-papagaio, planta-dos-diamantes, parreira-da-pedra, rabo-de-arara.
Descrição e ocorrência: Arbustiva volúvel com ramos horizontais a decumbentes, emitindo raízes avermelhadas ao longo do caule, hemiepífita, folhas obovais com base cuneada e ápice retuso, inflorescência em racemos terminais multiflorais com ocorrência desde o Suriname até o Brasil Central e Bolívia, com maior frequência na região amazônica, além de Caatinga e Cerrado em vegetação de campos rupestres, floresta ciliar, floresta de terra firme, savana amazônica e áreas de canga aberta (afloramento ferrífero).
É uma espécie com ampla distribuição no Brasil e 446 coletas registradas. Dizem que ela vegeta em terras áridas, às vezes diamantíferas, e por isso, o povo considera-a indicadora, sobretudo na Chapada dos Veadeiros. Entretanto, observamos que sua distribuição é muito mais ampla do que as áreas diamantíferas, ao comparar com as áreas com registro de ocorrência de diamantes no Brasil.



Discussão:
Nenhumas das três espécies estudadas haviam sido citadas nos trabalhos mais completos relacionados anteriormente e tampouco pertencem às famílias mais frequentes (Lamiaceae, Fabaceae, Caryophyllaceae) apontadas por Brooks (1979) como geoindicadoras. As Velloziaceae (Barbacenia sp. e Vellozia sp.) relatadas por Spix e Martius (1824) também não haviam sido consideradas nestes trabalhos. Os nomes científicos (válidos e sinônimos) das espécies podem carregar diversos significados atribuídos por seus autores.
L. adamantinus e S. adamantium têm epíteto específico referente a diamante, que poderia ser relacionado tanto a região onde são encontradas (Diamantina na Serra do Espinhaço, estado de Minas Gerais) ou a sua relação com a ocorrência de diamante.
Em pesquisa na Flora do Brasil 2020 (2020), é possível encontrar outras espécies vegetais nativas do Brasil com epíteto semelhante (Camponanesia adamantium, Croton adamantinus, Hyptis adamantium, Koanophyllon adamantium, Lavoisiera adamantium, Lepidaploa adamantium e Senecio adamantinus), todas com coletas significativas na região de Diamantina, sendo que destas C. adamantinus e S. adamantinus possuem apenas um registro de coleta cada, ambos na região de Diamantina. Enquanto L. adamantinus tem distribuição mais restrita, ocorrendo apenas em uma pequena extensão de área onda há registro de ocorrência de diamantes, S. adamantium tem distribuição mais ampla, mas também sobreposta a regiões diamantíferas. Norantea guianesnsis, entretanto, tem a distribuição mais ampla, com registros em outras regiões do país não diamantíferas.
A distribuição mais restrita de algumas espécies pode ser um bom indicativo daquelas com maior potencial de indicador geobotânico, uma vez que essa distribuição restrita pode estar relacionada com variáveis geológicas locais.

Morfologicamente, nenhuma das três espécies possui raízes escoras ou superficiais como P. candelabrum, que Haggerty (2015) relaciona com o soerguimento de gemas de diamante da superfície do solo. Além dos fatores ambientais e ecológicos, outras questões podem estar envolvidas com a distribuição destas plantas, como o seu manejo e outras atividades antrópicas conforme sugerem Levis et al. (2017) para espécies arbóreas hiperdominantes na região amazônica, e Baléé (1989, 2013) para formações florestais amazônicas. Entretanto, não foram encontrados registros de uso por populações humanas para as três espécies estudadas nas referências consultadas, ainda que as plantas da família Marckgravariaceae (N. guianensis e S. adamatinum) tenham grande potencial ornamental, podendo, por isso, eventualmente ser cultivadas ou manejadas de alguma forma.
É interessante observar que no Brasil a exploração de diamantes foi feita historicamente de forma artesanal em fontes secundárias, na superfície do solo ou em aluvião (mineração em rios), de modo que a maior parte das pedras garimpadas é proveniente de rochas desgastadas e podem ter sido arrastadas por longa distância da rocha matriz e, desta forma, o relato de garimpo de diamantes em determinada região no Brasil pode não ser necessariamente um indicativo da existência de chaminés de kimberlito e outros minerais associados na área.
É possível que outros indicadores geológicos sejam utilizados por garimpeiros para a identificação de áreas com diamantes como a ocorrência de cascalhos diamantíferos. Esta hipótese pode ser válida e deve ser testada em outros estudos, pois no garimpo se dedica a maior parte do tempo analisando justamente as rochas.
Diferentes tipos de cascalho são associados à presença de gemas, usualmente com nomes relacionados a sua forma, como feijão, figo/fígado-de-galinha, chiclete mascado e amendoim, ou a sua composição como quartzo, ferragem, cristal e hematita. A etnopedologia, área das etnociências que estuda a relação entre sociedades e solos, pode contribuir com este trabalho a partir da identificação dos diferentes tipos de solo e rochas e seus potenciais de uso pelas populações locais.

 Uma comparação realizada entre as áreas de ocorrência das plantas estudadas na áfrica e das áreas com registro de diamantes no Brasil, este estudo possui limitações quanto à precisão dos dados geográficos utilizados. O garimpo de diamantes ocorre em locais restritos e não em toda a extensão dos municípios listados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e pela escala do mapa disponibilizado e utilizado é impossível precisar os pontos exatos onde foram realizados estes registros de diamantes para aproximar dos locais onde as plantas foram coletadas, sendo que as chaminés de kimberlito possuem no máximo poucas centenas de largura. Ao mesmo tempo não são todas as plantas coletadas, registradas e utilizadas neste trabalho que possuem localização precisa de sua ocorrência, podendo ter sua localização ajustada para a sede do município na ausência desta informação, dificultando a elaboração de mapas mais precisos. Também é necessário reconhecer que o mapa do CPRM utilizado indica apenas os locais onde já há a ocorrência de diamantes confirmada e não outros locais onde também poderiam ocorrer. Para o aprimoramento da discussão deste trabalho seria interessante entrevistar garimpeiros na região de ocorrência destas plantas e em locais tradicionais de garimpo. Entretanto, tanto a caracterização da atividade do garimpo artesanal como ilegal quanto à discrição do garimpeiro com o local do garimpo ou das técnicas desenvolvidas para evitar possíveis concorrentes, dificultariam esta abordagem.


Conclusões:
Foram encontradas cinco espécies vegetais nativas do Brasil relacionadas à ocorrência de diamantes no país nas referências consultadas, das quais apenas três foram identificadas até espécie. Apesar da distribuição destas três plantas sobreporem áreas diamantíferas, não é possível afirmar que apenas sua ocorrência é suficiente como indicadora de áreas diamantíferas e seriam necessários estudos de campo para confirmar esta correlação. É provável que as espécies de distribuição mais restrita sejam melhores indicadoras geobotânicas do que aquelas de ampla distribuição. Trabalhos de biogeografia a partir de um maior número de amostras coletadas, mais variáveis ambientais analisadas, associada a estudos de prospecção de minerais no Brasil devem contribuir no futuro para esta discussão.


Outras fontes:
Pandanus candelabrum a planta que ajuda a encontrar Diamantes

Plantas indicadoras de Ouro:

Como cupins e formigas ajudam a encontrar ouro:

Plantas, animais e insetos indicadores de ouro:


Fonte e autor:

Autores:
Bernardo TOMCHINSKY, Felipe Fernando da Silva SIQUEIRA

Link para o artigo:


Projeto Diamante Brasil:


PALAVRAS-CHAVE:
etnoecologia, etnopedologia, indicador geobotânico, conhecimento tradicional

10 diamantes que foram notícia em 2022

Os maiores diamantes que abalaram 2022
Esses 10 diamantes do tamanho de monstros foram as maiores pedras brutas e polidas a chegar ao feed de notícias do RAPAPORT este ano, sejam por terem sidos encontrados em bruto ou pela exposição na mídia pelos valores astronômicos alcançados em leilões.

1- Enigma
(The Enigma)
enigma, o maior diamante de 2022
A Sotheby's vendeu este diamante negro de 555,55 quilates para o empresário de criptomoedas por US$ 4,3 milhões em fevereiro em uma venda única.
A pedra, que se acredita ter origem no espaço sideral, possui 55 facetas.

2- O Canário de Ouro
(The Golden Canary)
Este diamante, lapidado em forma de pêra, de 303,10 quilates, amarelo-acastanhado-escuro foi arrematado por US$ 12,4 milhões no leilão da Sotheby's New York Magnificent Jewels em 7 de dezembro.
A casa de leilões esperava arrecadar mais de US$ 15 milhões.

3- A Rocha
(The Rock)
Outro diamante lapidado em forma de pêra, com 228,31 quilates, cor G, claridade VS1 estreou na Christie's Magnificent Jewels em Genebra em 11 de maio.

4- A Cruz Vermelha
(The Red Cross)
Este diamante em forma de almofada, de 205,07 quilates, amarelo intenso também fez parte da venda de joias magníficas em 11 de maio que a Christie's realizou em Genebra.
Parte da receita do leilão do diamante, que arrecadou US$ 14,3 milhões, foi doada ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

5- Lucapa’s 204
Lucapa Diamond Company recuperou um diamante bruto de alta qualidade de 204 quilates de sua mina de Mothae em Lesoto em maio. Ela vendeu uma pedra para o Safdico, subsidiria da Graff, por meio de um contrato de fornecimento.

6- Lulo Rosa
(The Lulo Rose)
Lulo Rose from Angola mine
Diamante Lulo rosa de Angola

Lucapa descobriu este bruto rosado tipo IIa com 170 quilates, chamado Lulo Rose, em julho, em Lulo, em Angola.
O minerador afirma que a pedra é o “maior diamante rosa recuperado nos últimos 300 anos”.

7- Lucapa’s 160
Mais um especial do Lulo, Angola
Em setembro, a Lucapa desenterrou o terceiro bruto da lista: um diamante de alta qualidade do tipo IIa, de 160 quilates, do Lulo.
A pedra foi classificada como a sexta maior proveniente da mina angolana.

8- Gahcho Kué Mountain Province
A companhia Mountain Province Diamonds, minerou este amarelo de 151,60 quilates, e vendeu em seu leilão na Antuérpia-Belgica em setembro. A pedra, que a mineradora extraiu de seu depósito de Gahcho Kué, no Canadá, é um octaedro com “clareza excepcional”.

9- Lucapa’s 131
Lucapa estava em alta em 2022, com sua quarta entrada no top 10: um diamante de alta qualidade, tipo IIa, de 131 quilates, que recuperou da mina do Lulo em Angola.
O bruto é a 29ª pedra com mais de 100 quilates que a empresa desenterra deste local.

10- Letšeng 129 Gem Diamonds
Letšeng rough diamond
Diamante bruto da mina Letšeng, Lesoto

Um diamante de 129 quilates, foi o que a Gem Diamonds encontrou em maio em sua mina Letšeng no Lesoto, foi o primeiro com mais de 100 quilates para a empresa em 2022.


Fontes:

Origem e autenticidade de pedras preciosas e diamantes

Determinando a origem e autenticidade de pedras preciosas usando EDXRF
A fluorescência de raios X dispersivos de energia (EDXRF) é uma ferramenta não destrutiva para determinar a autenticidade de pedras preciosas coloridas e sua origem geográfica.
origem e autenticidade de pedras preciosas
Pedras preciosas incluem diamantes e pedras coloridas, como rubis, esmeraldas e safiras.
Embora o diamante continue sendo a pedra preciosa mais cara, as gemas coloridas estão ganhando popularidade rapidamente, e com seus usos crescentes passaram a ser alvos de falsificações.
À medida que o valor das gemas coloridas aumentam, aumentam também a necessidade de verificar sua autenticidade e origem, porém isto é impossível de se observar a olho nú.
Grandes joalherias e laborátórios gemológicos usam equipamentos de dispersão de energia por raios X.

Como você pode ter certeza de que uma pedra preciosa colorida é real?
Veja o exemplo da imagem abaixo e diga qual desses Rubis é o natural, qual é sintético, qual é o rubi que levou tratamento térmico e qual é o vidro.
A resposta esta no final do artigo e assim você vai ver o quanto 
é difícil uma identificação a olho nú, até mesmo para um gemólogo.
comparação de Rubi sintético e Rubi natural
Imagem comparativa de Rubi sintético e Rubi natural.

Tal como acontece com o ouro, as falsificações de pedras preciosas ou pedras sintéticas podem ser confundidas com as verdadeiras. Índia e China são de onde provém a maioria destas pedras preciosas falsas ou sintéticas.
Outro fator importante para estabelecer o valor de uma pedra preciosa é saber de onde ela veio, tanto geologicamente quanto geograficamente, o que não pode ser determinado visualmente.

A fluorescência de raios X dispersivos por energia (EDXRF) é uma ferramenta importante para a determinação da autenticidade de gemas coloridas e sua origem geográfica. Dependendo do cenário geológico, pedras preciosas como rubis, esmeraldas ou safiras de diferentes origens geralmente exibem uma combinação característica de oligoelementos em diferentes concentrações.
Como exemplo, a identificação e quantificação de tais elementos podem permitir rastrear uma esmeralda até seu local de origem, como Colômbia, Brasil, Afeganistão, Zâmbia ou Zimbábue afim de determinar os diferentes valores para aquilo que parece ser uma mesma pedra, a esmeralda, porém, uma esmeralda proveniente da Colômbia e mais cara que uma congênere brasileira ou Zambiana pela sua maior qualidade.
Da mesma forma, a presença de certos oligoelementos também ajuda a distinguir entre uma pedra preciosa valiosa formada naturalmente (por exemplo, rubi) e um cristal sintético quase sem valor (por exemplo, rubi sintético).


Determinando a origem dos Diamantes
A "genética" (DNA) dos diamantes
famosos diamantes em bruto do Brasil
Famosos diamantes brutos do Brasil

Já para deteminar a origem de um diamante só é possível graças às pesquisas com mais de 30 anos do Instituto de Geociências (IGC), cujo trabalho foi coordenador pelo Profº. Mario Luiz de Sá Carneiro Chaves. Estes diversos estudos realizados levaram à confecção de uma tabela em que são relacionados os atributos básicos de um diamante.
Estes estudos ajudam a determinar a origem de um diamante para fins de certificação Kimberley.
Destinadas à caracterização mineralógica de diamantes de diversas regiões do Brasil e do mundo, parte desses resultados podem contribuir para o combate ao contrabando com o objetivo de combater também a comercialização de pedras extraídas de áreas de conflito, conhecidas como “diamantes de sangue”.
A partir de sete características como seu brilho e formas, predominantemente octaédricas e rombododecaédricas, além da quilatagem e de outros atributos, exames acurados podem reunir todos os aspectos e então sua origem pode ser revelada.

O DNA dos diamantes brasileiros
(créditos da imagem: Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress)
genética dos diamantes brasileiros
Rondônia - Terra Indígena Roosevelt:
Cristais sem cor ou com tom amarelo claro, intactos e tetraédricos (piramidais com quatro lados).
Bahia - Chapada Diamantina:
Diamantes com muitas manchas verdes e morrons, sobre um amarelo-acastanhado.
genética dos diamantes brasileiros
Bahia - Braúna:
Cristais sem manchas e com coloração mais diversificada.
Mato Grosso - Juína:
Cristais quebradiços ou fragmentados, com uma cor amarelo-acastanhado.
genética dos diamantes brasileiros
Minas Gerais
Coromandel:
Cristais quebradiços ou fragmentados sem manchas, em geral amarelos ou marrons.
Espinhaço:
Cristais amarelados, com muitas marcas e manchas verdes e marrons.


RESPOSTA:
Comparação de Rubi sintético, natural, tratado termicamente e vidro.
comparação de Rubi sintético e Rubi natural
Imagem comparativa de Rubi sintético e Rubi natural.

A- Rubi de fusão, sintético.
B- Rubi de Moçambique natural não aquecido e não tratado.
C- Rubi birmanês natural aquecido (intensificação da cor).
D- Rubi composto de vidro.

MITO, quanto mais limpa a pedra, maior a chance de ser sintética.
ERRADO, como visto na imagem acima, isso não é verdade.
Na verdade, a única maneira de saber se o rubi é natural ou sintético é verificando as inclusões ao microscópio ou usando fluorescência de dispersão de Raio-X (EDXRF).


Fontes:

Rochas vulcânicas que contém pedras preciosas

Algumas rochas são um indicador de que elas podem conter pedras preciosas no seu interior.
basalto amigdalóide com cristais de piroxena e olivinas
Basalto amigdalóide com fenocristais de piroxena e olivinas

A maioria destas rochas são rochas ígneas, ou seja, rochas de composição vulcânicas.
Estas rochas ígneas são formadas pelo resfriamento e solidificação do magma ou lava.

Principais rochas vulcânicas que podem conter pedras preciosas são: Kimberlito e Lamproíto, Basalto, Riolito e nos Pegmatitos.
Já o Xisto não é uma rocha vulcânica mas é uma destas rochas hospedeiras de pedras preciosas.

O tipo de pedras preciosas encontrados na matriz destas rochas vai depender da formação química destes vulcões ou do solo de que foi formado.
esmeralda na matriz de pegmatito
Esmeralda na matriz de pegmatito

Encontre uma destas rochas e muito provavelmente encontrará pedras preciosas como diamante, água-marinha (berilo), turmalina, rubi, safira, ametista (quartzo), topázio, esmeralda (berilo), pirita, etc.

Basalto
olivina e piroxena no basalto
Das rochas vulcânicas o Basalto é o mais conhecido, porém, há basaltos e basaltos.
Vocábulo antigo dos léxicos geográfico, naturalista e, mais tarde, geológico, “basalto” é, pois, o termo geral que designa o equivalente vulcânico do gabro, a rocha plutónica de composição máfica e ferro, e com baixo conteúdo em sílica, pelo que uma e outra são qualificadas como básicas.
Mais de 90% das rochas básicas são vulcânicas e, dentro delas, mais de 90% são basaltos, constituindo o essencial da crosta oceânica. No seu conjunto, os basaltos são as rochas magmáticas mais abundantes na crosta terrestre, onde ocupam cerca de 70% da superfície. Os granitos ocupam os restantes 30%, confinados à crosta continental.
Basalto é hoje um vocábulo petrográfico muito abrangente das rochas vulcânicas com as características químicas e acima definidas (conteúdo em sílica entre 52% e 49%). Aplica-se, não só àquelas cuja lava brota à superfície e aí arrefece e solidifica, como às que, no decurso desta actividade, solidificam a meio caminho da extrusão. É o caso dos chamados basaltos das soleiras, diques, chaminés e outros corpos intrusivos de relativamente pequena profundidade, muitos deles designados por doleritos.

Quais gemas são encontradas na rocha ígnea e como são formados?
As pedras preciosas encontradas em rochas ígneas incluem os quartzos (incluindo ametista, citrino e ametrino), as granadas, pedra da lua, apatita, diamante, espinélio, tanzanita, turmalina, topázio e zircão. Algumas dessas gemas se formam em pegmatitos e veios hidrotermais que são geneticamente relacionados a rochas ígneas.
rocha de pegmatito
Rocha de pegmatito, Portugal

Pelo resfriamento do magma, os átomos são ligados em padrões cristalinos e, posteriormente, diferentes minerais são formados. Quando a formação ocorre nas profundezas da crosta terrestre (aprox. 33 km de profundidade) podem formar-se rochas bastante grandes (por exemplo, granitos).

Rochas ígneas são formadas e criadas por processos magmáticos na terra. Para formar cristais muito grandes de minerais raros, são necessárias condições excepcionais. Por exemplo, a rocha de pegmatito é formada pela cristalização de magma enriquecido com água nos veios de outras rochas, podendo conter berilo, turmalina e topázio.

As rochas ígneas são divididas em dois tipos, a rocha vulcânica (extrusiva) e a rocha plutônica (intrusiva), dependendo de onde o magma esfria.

Rocha vulcânica ou extrusiva
Esta é a rocha que se forma na superfície da terra. Em contato com o ar ou a água do mar, a rocha derretida esfria rapidamente e se extingue em um vidro (como obsidiana) ou forma pequenos cristais (basalto). As rochas vulcânicas são geralmente de granulação fina ou de estrutura vítrea.

O basalto é uma rocha extrusiva, de granulação fina devido ao seu rápido resfriamento. Consiste em grande parte em minúsculos cristais de feldspato e piroxênio (como diopsídio, olivinas e enstatita). Alguns basaltos contêm pedras preciosas como corindo, zircão e granadas.

Outra rocha vulcânica é o kimberlito. Os tubos de kimberlite são a maior fonte de diamante.

Ocasionalmente, variedades de vidro vulcânico, obsidiana, são lapidadas e transformadas em pedras preciosas.
A obsidiana é um mineraloide amorfo com dureza de aproximadamente 5,5.
tipos de obsidiana
Alguns tipos de obsidiana

Variedades de obsidiana incluem:
Obsidiana floco de neve (com inclusões do mineral cristobalita);
Obsidiana arco-íris;
Obsidiana de mogno vermelho;
Obsidiana de brilho prateado;
Obsidiana rendada meia-noite;
Abóbora obsidiana e
Obsidiana "lágrimas de apache".

Rocha plutônica ou intrusiva
Quando a rocha derretida se solidifica dentro da rocha preexistente, ela esfria lentamente, formando rochas plutônicas com cristais maiores. Eles tendem a ser de granulação grossa.

O granito é uma rocha intrusiva de grão grosso que contém os minerais quartzo e feldspato, e geralmente carrega mica ou hornblenda. Em algumas circunstâncias, o granito sofre "cristalização fracionada", um processo em que o resfriamento lento cria cristais de diferentes minerais à medida que se formam em diferentes temperaturas.

Os minerais do grupo dos pegmatitos estão entre os últimos a serem formados, muitas vezes ocorrendo como veios que penetram em seu entorno.

Minerais associados que encontram sua origem em rochas ígneas:
Berilo;
Crisoberilo;
Corindo;
Diamante;
Granada;
Feldspato;
Peridoto (uma das formas de Olivinas);
Quartzo (e suas variedades);
Espinélio;
Topázio;
Turmalina e
Zircão.

Fases do ciclo ígneo ou magmático
Os estágios do ciclo ígneo ou magmático são os seguintes:
1. Fase do ciclo ígneo ou magmático
Cromita;
Magnetita e
Magnetita de titânio.

2. Fase magmática líquida (cristalização principal) 1500-600 graus C:
Espinélio;
Zircão;
Apatita;
Peridoto e 
Diamante.

3. Fase de pegmatita (cristalização em repouso) 700-400 graus C:
A parte residual do magma, que é rica em fluxos, é conhecida como estágio pegmatítico. O fundido torna-se uma solução aquosa à medida que a solidificação prossegue. Devido a essa fluidez, os líquidos podem penetrar em fissuras e rachaduras nas rochas circundantes. Sob a pressão e as temperaturas concentradas, formam-se cristais individuais que podem medir vários centímetros e, ocasionalmente, vários metros. Os cristais prismáticos crescem perpendicularmente às paredes do veio.
Os veios de pegmatito são alguns dos melhores exemplos de formação de pedras preciosas.
Turmalina;
Berilo;
Quartzo;
Feldspato;
Zircão;
Apatita;
Brasilianita;
Grafite;
Moscovita e
Lepidolita.

4. Fase pneumatolítica 500-300 graus C:
Os minerais formados nesta fase se formam em temperaturas mais baixas e pressão crescente. Componentes voláteis superaquecidos estão envolvidos. O mais proeminente desses componentes são os gases de vapor de água, boro e flúor. Sob a influência desses vapores, outros minerais são frequentemente formados na zona de contato do calcário.
Topázio;
Euclase;
Vesuvianita;
Fluorita;
Cassiterita;
Sheelite e
Volframite.

5. Fase hidrotérmica 400-50 graus C:
Este é um processo associado à atividade ígnea que envolve água aquecida ou superaquecida. A água a temperatura e pressão muito altas é uma substância extremamente ativa, capaz de quebrar silicatos e dissolver muitas substâncias normalmente consideradas insolúveis. Este é o último estágio dos minerais que podem ser considerados formados diretamente do magma.
Ouro;
Prata;
Esmeralda (colombiana);
Berilo;
Quartzo;
Barita;
Pirita;
Dolomite e
Calcita.

Ouro disseminado no Granito
O ouro em rochas ígneas; tendo em vista a mineralização de ouro.
Ouro disseminado no Granito, PORTUGAL
Ouro disseminado no Granito Rosa Porrinho, Portugal

O ouro é um constituinte do granito e das rochas plutónicas.
Essas rochas cristalinas podem ser uma fonte primária do ouro, que se concentram nos veios.
Geralmente a disseminação do ouro no granito ocorre em pequenas escamas, raramente ultrapassando um milímetro de diâmetro, distribuído pelas escamas de mica e aparentemente encerrado em grânulos de feldspato e quartzo como é o exemplo da foto acima.


Zircão para calcular a idade da terra
O zircão se forma em granitos nas profundezas da crosta terrestre (rocha plutônica). Através do movimento das placas tectônicas, esse granito é trazido à superfície e inicia a construção da montanha. Através da erosão, o granito (e o zircão contido) constrói sedimentos que eventualmente serão enterrados profundamente o suficiente para se transformarem em rochas metamórficas.
ZIRCON du Sénégal
Zircão do Senegal

O zircão tem duas propriedades importantes:
Alta dureza relativa e
Resistência a ataques químicos.

Devido à sua dureza de 7,5 na escala de Mohs, os zircões costumam sobreviver intactos ao processo sedimentar. Devido à sua resistência a ataques químicos, o zircão sobreviverá ao processo de metamorfismo de contato que tenta atacá-lo com calor e pressão. Este último é importante, pois a massa líquida ao redor do zircão fará com que uma nova borda seja formada ao redor do antigo zircão, assim como a formação de anéis de árvores.
Este primeiro ciclo geralmente levará centenas de milhões de anos.

Saiba como a pedra de Zircão ajuda a clacular a idade da terra:

Formações rochosas que contém ouro:


Fontes:
e outras várias.

Diamantes não são indestrutíveis

Diamantes não são indestrutíveis?
Não, não são indestritíveis e vou explicar o porque.

Diamantes podem ser facilmente quebrados
Tem muita gente que perde bons diamantes fazendo o tal do teste de dureza de diamantes a base da marretada e da martelada, mas o que eles não sabem é que NÃO se poder fazer isto.
diamante pode ser facilmente quebrado
Para entender, você deverá primeiro conhecer o que é Tenacidade e Dureza e saber as diferenças entre eles.

Tenacidade é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura. Tenacidade é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. 
Ou seja,a tenacidade é a resistência à ruptura.

A confusão das pessoas é achar que um material duro é também tenaz, como o diamante, que só pode ser riscado por outro diamante (logo, extremamente rígido), mas pode ser facilmente quebrado se sofrer uma requisição muito alta como uma martelada.
Assim, um diamante afinal não é para sempre, sendo eles destrutíveis.

A dureza é a resistência do material à flexão ou deformação.

Em geral, quanto mais você tem de uma característica, menos você tem de outras.
É por isso que o vidro não se dobra, mas quebra de repente (alta dureza, baixa tenacidade) e um metal como o chumbo se dobra (baixa dureza, alta tenacidade).
Ou seja, um material tenaz vai amortecer um impacto.

Então, diamantes podem ser quebrados facilmente, ao contrário do que as pessoas pensam.
Agora você já sabe que diamante é altamente duro, ou seja, risca qualquer outro material existente, mas que no entanto, a sua tenacidade não é grande como sua dureza.
Sendo assim, o diamante pode sim ser quebrado, mas só pode ser riscado por outro diamante.
Uma martelada em uma pedra de diamante pode quebrá-lo em diversos pedaços.

Diamantes bons só podem ser lapidados por bons lapidadores
esquema de corte de diamante
Esquema de corte de diamante para lapidar

Os diamantes não são imunes a danos, uma vez que sua dureza é desigual ao longo de diferentes direções do cristal.
Os diamantes podem lascar ou fraturar por impacto forte, especialmente em áreas onde os átomos de carbono não estão fortemente ligados. Essas áreas, chamadas de planos de clivagem, são a principal fonte de danos aos diamantes.
Diamantes podem quebrar durante a sua lapidação, aliás, antes dos diamantes serem lapidados eles são exaustivamente observados (às vezes por dias ou semanas) sob lupas a fim de serem determinados os ângulos do corte, então por vezes neste processo, eles recebem pequenas marteladas para tirar lascas.
Um diamante grande pode ser quebrado ou cortado (por discos de diamante ou diamantado) para serem lapidados em várias peças e em diversos tamanhos.
Até mesmo as lascas de sobras são recolhidas e vendidas para a indústria.

Saiba como proteger seu diamante de lascar com este guia da GIA:


Porque não há coletes antibalísticos feito de diamantes?
Antes entenda que:
Fraturas frágeis rápidas geralmente ocorrem em energias mais baixas do que as falhas elásticas/plásticas, portanto, para blindagens, algo com alta tenacidade seria o ideal. Você quer dureza razoável porque quer que o projétil gaste toda a sua energia cinética deformando plasticamente a armadura.

"Os diamantes falham como material de proteção por vários motivos".
Em impactos de baixa energia, uma placa de blindagem de diamante pode ser capaz de desviar um projétil sem dano real, mas pode quebrar se a energia do projétil exceder um ponto crítico.
Lembra quando eu disse que as falhas frágeis geralmente ocorrem em energias mais baixas do que as falhas plásticas? Isso significa que um material mais macio com maior tenacidade será capaz de derrotar projéteis cinéticos com maior energia cinética do que um material de alta dureza e baixa tenacidade.

Se você observar o desempenho de uma armadura real atacada, verá isto:
Os impactos parecem grandes manchas no metal.

É aqui que a armadura se deforma no impacto e absorve a energia do projétil. A armadura homogênea não derrota um projétil magicamente quicando, mas forçando o projétil a empurrar mais metal do que tem energia. Assim, os coletes à prova de balas funcionam da mesma maneira, a forma como as fibras de aramida são tecidas faz com que a bala perca toda a sua energia tentando separá-las (eles têm resistência muito alta em certas direções, e a trama é projetada para maximizar isso).

Claro, a principal razão pela qual os diamantes seriam ruins como armadura é que eles são muito caros e difíceis de fabricar.
Se o custo de fabricação cair no futuro, pode fazer sentido incluir "camadas" de diamantes artificiais em um sanduíche de armadura composta, mas quem pode dizer qual será a ameaça no futuro?

Em um futuro não muito distante alguns modelos de coletes balísticos serão de grafeno assim como também equipamentos militares ou equipamentos industriais terão este tipo de revestimento.
grafeno formando uma cadeia de hexágonos
Grafeno formando uma cadeia de hexágonos

 O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, assim como o diamante, mas a diferença é que o grafeno tem forte resistência devido a sua camada única de átomos de carbono ligados entre si, formando uma cadeia de hexágonos, mas este é outro assunto.

Diamantes, ao menos, resistem aos ácidos
Os diamantes são muito estáveis ​​e invulneráveis ​​a praticamente todos os ácidos.
Eles também podem suportar temperaturas mais altas do que a maioria das pedras preciosas, porém, mudanças repentinas de temperatura extremas podem causar danos.

Diamantes podem ser queimados
Diamantes também queimam, embora a temperaturas extremamente altas.
Já no final do século XVII, dois cientistas italianos, Giuseppe Averani e Cipriano Targioni, submeteram alguns diamantes aos raios solares concentrados através de um espelho, demonstrando assim a combustão dos diamantes. Experiências mais completas foram realizadas em 1772 por Antoine Lavoisier, que, estudando os produtos de combustão do diamante, estabeleceu que eles eram muito parecidos com os obtidos a partir do carbono. O químico inglês Humphry Davy, em 1813, estabeleceu definitivamente que o diamante é composto de carbono puro.


Então por que dizem que o diamante tem a maior dureza?
A dureza é a facilidade com que a superfície de um mineral pode ser riscada.
Da mesma forma que o diamante, o mineral mais duro da natureza, risca o vidro, também o quartzo, que é mais duro que o feldspato, pode riscar este último mineral.
o diamante nas escalas Mohs e Knoop
O diamante é o mineral natural mais duro conhecido nas escalas Mohs e Knoop

Foi em 1822 que Friedrich Mohs, um mineralogista austríaco, construiu uma escala (conhecida como escala de dureza de Mohs), baseada na facilidade com que um mineral risca o outro.
Num extremo da escala, está o mineral mais mole (talco, dureza 1), e, no outro, o mais duro (diamante, dureza 10).
A escala de Mohs é ainda uma das melhores ferramentas para identificar um mineral desconhecido, e, com uma faca de aço e amostras de alguns dos minerais que fazem parte da escala de dureza, um geólogo pode, no campo, determinar a posição que um mineral desconhecido ocupa na escala.
Por exemplo, se o mineral desconhecido puder ser riscado por um pedaço de quartzo (dureza 7), mas não pela faca, sua dureza, na escala, estará entre 5 e 7.

Esta difícil de entender?
Então agora vou complicar um pouco mais.

As ligações covalentes são geralmente mais fortes que as iônicas.
A dureza de um mineral depende da força de suas ligações químicas: quanto mais fortes as ligações, mais duro ele será. Também a estrutura cristalina varia entre os minerais do grupo dos silicatos, o que se traduz em variações de dureza. Por exemplo, a dureza varia desde 1, no talco (um silicato com estrutura de folhas), até 8, no topázio (um silicato formado por tetraedros isolados). A dureza da maioria dos silicatos varia entre 5 e 7, na escala de Mohs, e somente aqueles com estrutura em folhas são relativamente moles, com dureza variável de 1 a 3.

Dentro de grupos específicos de minerais com estruturas cristalinas similares, o aumento da dureza está relacionado a outros fatores, que também aumentam a força das ligações, tais como:
A) tamanho: quanto menos os átomos ou íons, menor a distância entre eles, mais forte a atração elétrica e, portanto, mais forte a ligação.

B) carga: quanto maior a carga dos íons, maior a atração entre eles e, portanto, mais forte a ligação.

C) empacotamento dos átomos e íons: quanto mais fechado o empacotamento de átomos e íons, menor a distância entre eles e, portanto, mais forte a ligação.

Portanto, o diamante é muito duro porque, dentre outros detalhes, tem uma estrutura cristalina que colabora para a coesão dos átomos que a formam, e estes estão ligados fortemente por causa dos fatores A a C acima.


Fontes: