O que são as inclusões minerais e os tipos

As inclusões minerais são materiais estranhos que estão encapsulados dentro de minerais durante o processo de formação.
Elas podem fornecer informações valiosas sobre a história geológica e as condições de formação dos minerais.
inclusão trifásica rara, gás e petróleo
Inclusão Trifásica Rara, Gás e Petróleo

Em mineralogia, uma inclusão é um material que se fixou dentro de um mineral durante a sua formação.
De acordo com a lei de Hutton, inclusões são fragmentos mais antigos que a rocha em si.

Aqui estão alguns tópicos relacionados às inclusões minerais:

inclusão de pirita no quartzo
Inclusão de Pirita no Quartzo

As inclusões minerais são pequenas partículas de substâncias estranhas que são aprisionadas dentro dos minerais. Elas podem ser líquidas, sólidas ou gasosas e podem incluir minerais, gases, líquidos, inclusões fluidas, inclusões de vapor, entre outros.
Sendo a inclusão sólida de outros minerais a mais comum (embora rara) do que outras partículas.

As inclusões minerais são formadas durante o crescimento dos minerais. Elas podem ser incorporadas por diferentes mecanismos, como inclusões sólidas que são capturadas durante a cristalização, inclusões fluidas que são aprisionadas no interior do mineral à medida que se forma ou inclusões gasosas que se formam devido a reações químicas durante o crescimento do mineral.

As inclusões minerais são uma fonte valiosa de informações sobre as condições de formação dos minerais, como a pressão, a temperatura, a composição química e a história geológica. A análise das inclusões minerais pode ajudar os geólogos a entender os processos geológicos que ocorreram durante a formação do mineral e a reconstruir a história da evolução da Terra.

Existem várias técnicas utilizadas para analisar as inclusões minerais. Isso inclui a microscopia óptica, a microscopia eletrônica de varredura (MEV), a microscopia eletrônica de transmissão (MET), a espectroscopia de raios X por dispersão de energia (EDX) e a espectrometria de massas com ionização por laser (LIMS). Essas técnicas permitem a identificação e caracterização das inclusões minerais e ajudam a obter informações sobre sua composição química, estrutura e origem.

As inclusões minerais têm várias aplicações práticas. Por exemplo, a análise de inclusões fluidas em minerais pode ser usada para explorar depósitos minerais, como depósitos de ouro e petróleo. Além disso, as inclusões minerais podem ser usadas como indicadores para estimar a idade dos minerais e a idade dos eventos geológicos associados.

História Geológica
Elas fornecem "pistas" sobre a formação do mineral, revelando as condições de temperatura, pressão e os materiais presentes no ambiente geológico. 
A pesquisa e a análise de inclusões minerais são um campo especializado dentro da geologia e podem levar a descobertas significativas sobre a Terra e seus processos geológicos.


Pequenas partículas de minerais ou outros materiais sólidos que são incorporadas durante o crescimento do cristal hospedeiro. Exemplos incluem agulhas de rutilo, turmalina, clorita dentro de quartzo ou fragmentos de pirita em lápis-lazúli, fragmentos de mica moscovita dentro da Aventurina que também é uma variedade de Quartzo.
No Olho de Tigre, o fenômeno óptico é chamado de chatoyancy, onde uma faixa de luz que se move pela pedra e é causada por inclusões fibrosas de Crocidolita que foram substituídas por quartzo.

Inclusões Fluidas:
inclusão de petróleo e gás no quartzo
Inclusão de Petróleo e Gás no Quartzo

Bolhas de líquido e/ou gás que ficam aprisionadas nas cavidades de um cristal. Elas podem revelar a composição do fluido do ambiente de formação do mineral e são importantes para o estudo de mudanças climáticas ou depósitos de petróleo e gás. Essas inclusões geralmente variam de 0,01 mm a 1 mm de tamanho e só são visíveis em detalhes por meio de estudos microscópicos, porém há exemplares em que se encontram inclusões maiores sendo mais raros, então, mais caros.

Inclusões Orgânicas:
inclusão de inseto, ar e flora no âmbar
Inclusão de Inseto, Ar e Flora no Âmbar

Materiais orgânicos, como insetos ou plantas, que são presos e conservados no âmbar, que é a resina fossilizada de pinheiros.

Significado e Importância
Identificação e Autenticidade:
Inclusões são cruciais para identificar a natureza e a autenticidade de gemas, distinguindo pedras naturais de sintéticas. 

Valor:
Embora geralmente depreciem uma pedra por indicar impureza (joalharia), algumas inclusões, como as agulhas de rutilo em uma safira, podem realçar a beleza da gema e aumentar seu valor, criando efeitos como asterismo.



Âmbar. Como saber se é falso ou verdadeiro

Âmbar Verdadeiro vs. Falso: Um Guia Completo para Identificar a Autenticidade

O âmbar não é uma pedra, mas uma resina fossilizada de árvores de milhões de anos. Sua beleza cálida, suas inclusões fascinantes e sua sensação orgânica tornam-no uma joia única e muito cobiçada. No entanto, sua popularidade também levou a um mercado inundado com imitações. Neste guia, você aprenderá a distinguir o âmbar verdadeiro das falsificações mais comuns.

Âmbar, dureza e densidade relativa
A dureza do âmbar é entre 2 e 2.5 na escala de Mohs, sendo considerado relativamente macio e suscetível a arranhões, exigindo manuseio cuidadoso. A sua densidade é geralmente baixa, variando de 1 a 1.1 g/cm³ (ou gravidade específica de 1.05 a 1.10), o que faz com que o âmbar flutue na água salgada.

O Que é o Âmbar Verdadeiro?
O âmbar verdadeiro é uma resina vegetal fossilizada há mais de 40 milhões de anos. A variedade mais conhecida provém da região do Báltico. Ele é valorizado por sua beleza, suas inclusões de insetos ou plantas (que são fósseis reais) e suas propriedades orgânicas e quentes ao toque.
Âmbar verdadeiro do Báltico
Âmbar verdadeiro do Báltico com inclusões naturais.
Note a beleza orgânica e única da peça.

Antes de aprender a identificar o verdadeiro, é crucial conhecer quem se passa por ele no mercado:

Âmbar Pressionado (Ambroid): Tecnicamente é âmbar, mas de baixa qualidade. São sobras e pó de âmbar real que são fundidos sob alta pressão para formar uma peça maior. É menos valioso que o âmbar natural sólido. Muitas joias são feito com este pó de âmbar prensado. 
Ambroide é um âmbar falso prensado

Breu (burseráceas): também conhecido como pez-loiro (também grafado pez-louro) e resina colofónia, é o produto resultante da destilação da resina bruta do pinheiro depois de se extrair a essência ou aguarrás. À temperatura ambiente apresenta-se como um sólido amorfo, com coloração amarelada e com um odor de pinho devido a terebintina ainda presente.
pez louro, bréu, colofónia
Pez louro, bréu, colofónia.

Plásticos (Bakelite, Celluloid, Poliéster): Imitações modernas feitas de plástico. Podem ser muito convincentes visualmente, mas falta-lhes a sensação e as propriedades físicas do âmbar.

Vidro: Uma imitação pesada e fria, facilmente identificável pelo toque.

Resinas Sintéticas Modernas: Como o plástico, são materiais sintéticos moldados para se parecerem com âmbar, muitas vezes com insetos modernos inseridos artificialmente.
Eu, oficina70 já fiz imitação, por experiência, de âmbar usando Resina Epoxi da marca Sika.

Copal: É uma resina vegetal jovem, com apenas alguns milhares ou milhões de anos. Ainda não terminou completamente o processo de fossilização. É muito mais macio e quebradiço que o âmbar verdadeiro. O copal, ao contrário do âmbar, derrete mais rápido e com mais facilidade. Isso pode ser verificado em casa: coloque cuidadosamente um pedaço de âmbar em um dos lados de uma frigideira quente e ele começará a cheirar imediatamente. Portanto, o âmbar natural exala um aroma semelhante ao do cravo. Mas o copal tem um cheiro forte e desagradável de remédio. Outra característica distintiva do copal são as muitas rachaduras em sua superfície.
Comparação visual de um âmbar verdadeiro do báltico com Copal encontrado em vários locais do planeta. O copal tende a ter uma cor mais leitosa e uma superfície que pode rachar mais facilmente.

Caseína: é um tipo de plástico semelhante ao âmbar. Este material geralmente é criado a partir do leite. Quando queimada, a caseína produz um cheiro de plástico queimado que confirma que não é âmbar báltico. A Galalite também é um plástico rígido e brilhante feito de caseína, uma proteína do leite, endurecido com formaldeído. Inventada em 1897, substituí e imita materiais naturais como âmbar, marfim e osso, sendo usada para joias, botões e chaves de piano.
Palheta de violão feito a partir de caseína.


Como Identificar o Âmbar Verdadeiro: Testes Caseiros e Fáceis
AVISO: Sempre realize estes testes com extrema cautela e preferencialmente em uma peça que não seja de alto valor ou uma joia delicada. Para uma identificação 100% segura, consulte um gemólogo profissional.

1. Teste do Toque (Temperatura)
O âmbar é um isolante térmico.
Como fazer: Segure a peça na mão por alguns instantes.

Verdadeiro: Sentirá uma sensação cálida, não fria como o vidro ou a maioria dos plásticos.
Falso: Vidro e alguns plásticos sentir-se-ão frios ao toque inicial.

2. Teste da Água Salgada (Densidade)
O âmbar verdadeiro do Báltico é menos denso que a água salgada.
Como fazer: Dissolva 7 a 10 colheres de chá de sal em um copo de água. Mexa bem. Coloque a peça supostamente de âmbar dentro da mistura.

Verdadeiro: Vai flutuar. Esta é uma das características mais distintivas do âmbar do Báltico.
Falso: A maioria dos plásticos, vidro e copal vai afundar.
Ilustração do teste de flutuação. O âmbar verdadeiro flutua, enquanto muitas imitações afundam.

3. Teste do Cheiro (Teste da Agulha Quente)
EXTREMA CAUTELA: Faça isto num local discreto da peça, como atrás de um colar ou numa área que não seja visível. 
Evite Testes com Fogo: Não use fogo diretamente na peça, pois pode causar danos irreversíveis. 
Como fazer: Aqueça levemente a ponta de uma agulha (com um isqueiro, por exemplo) e toque brevemente na superfície da peça.

Verdadeiro: Libertará um cheiro agradável e reconfortante de resina de pinheiro ou incenso.
Falso (Plástico): Cheiro ácido, químico e desagradável de plástico queimado.

Copal: Cheira também a resina, mas muitas vezes mais doce e forte. Este teste não distingue bem âmbar de copal.

4. Teste da Luz UV (Ultravioleta)
O âmbar verdadeiro possui uma forte fluorescência sob luz ultravioleta.
Como fazer: Use uma pequena lanterna UV 395nm (comum para testar notas). Brilhe a luz sobre a peça num ambiente escuro.

Verdadeiro: Exibirá uma forte fluorescência num tom azul esverdeado. A reação é vívida.
Falso: A maioria dos plásticos não fluoresce ou tem uma reação muito fraca. O âmbar legítimo tem uma fluorescência característica sob a luz UV, mas o copal (resina mais jovem) também pode apresentar essa propriedade.  O copal pode fluorescer, mas muitas vezes de forma diferente. Então, não use isto como a única forma de teste principalmente se a peça for copal.
O âmbar verdadeiro sob luz UV (direita) mostra uma fluorescência azulada característica, invisível a olho nu (esquerda).

5. Observação Visual das Inclusões
As inclusões de insetos ou plantas são um dos maiores atrativos do âmbar.

Verdadeiro: Os insetos fossilizados estão presos numa resina que fluía. Eles parecem ter lutado, por isso aparecem com pernas esticadas, asas desgrenhadas e muitas vezes bolhas de ar à volta. São fósseis reais.

Falso: Insetos em resinas modernas ou plásticos são insetos modernos mortos. Parecem "perfeitos" e intactos, como se tivessem sido colocados lá sem luta. Frequentemente, bolhas de ar são visíveis dentro do inseto.

6. Teste com Solvente
Aplique gotas de acetona, álcool ou aguaras na peça. O âmbar verdadeiro não sofrerá alterações, enquanto plásticos ou copais podem mudar de cor ou derreter. 

7. Teste de fricção ou Estático
 O chamado teste de fricção é outro método eficiente de testar o âmbar báltico.
O âmbar real é capaz de pegar alguns pequenos pedaços de papel. Ele contém propriedades eletrostáticas, por meio das quais, quando esfregado, é gerada energia estática que, em seguida, atrai pedaços de papel ou poeira.
Como fazer: Embrulhe um pedaço de âmbar ou suas joias em um pano limpo. Em seguida, comece a esfregar por cerca de 20-60 segundos. Segure essa joia perto de pedaços de papel ou fios de cabelo. Se esses pedaços de papel são atraídos pelas joias, então essa é a âmbar real. Se a joia ou a peça de âmbar ficar pegajosa, significa que não é âmbar. Esteja muito atento para perceber essas ocorrências.

8. Teste de arranhão
O teste de arranhões tem uma desvantagem de danificar Amber; portanto, não deve ser feito em joias caras. Este teste específico é feito principalmente para separar o âmbar do vidro colorido. É bem sabido que as contas de vidro nunca podem ser arranhadas. Por outro lado, 
Âmbar do báltico é suficientemente macio, portanto, você pode arranhá-lo. Se essa joia pode ser arranhada, isso significa que tem âmbar real.


Resumo Rápido: Tabela de Identificação

Conclusão:
Identificar âmbar verdadeiro é uma combinação de observação, testes simples e intuição.
Lembre-se: se o preço parecer bom demais para ser verdade, especialmente para uma peça com uma inclusão grande e "perfeita", provavelmente é. Use os testes de forma cautelosa e, quando em dúvida, procure um joalheiro ou gemólogo de confiança para uma avaliação profissional.

Aprecie a beleza única desta "janela para o passado" com a certeza de estar a adquirir um pedaço genuíno da história da Terra.

Caso ainda tenha alguma dúvida poderá pesquisar mais na internet, há muitos artigos, fotos e vídeos.