Passo a passo para recuperar ouro com limpa piscinas

Recuperação de Ouro de Lixo Eletrônico com Ácido Tricloroisocianúrico:
Um Guia Passo a Passo com
Ácido tricloroisocianúrico - Tricloro

Esta é uma nova forma de reciclar o ouro de sucata eletrônica além de todas as outras que já lhe mostramos aqui no site de Oficina 70.

A recuperação de ouro de lixo eletrônico é um processo fascinante que combina química e engenharia para extrair um metal precioso de materiais que, de outra forma, seriam descartados. Uma das abordagens para essa recuperação envolve o uso de ácido tricloroisocianúrico (ATCC), um composto químico comumente encontrado em pastilhas de cloro para limpar piscinas.

Passo a passo para recuperar Ouro
Tricloro para piscina e ouro

É crucial entender que este processo envolve o manuseio de produtos químicos perigosos. Sempre priorize a segurança: use equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, como luvas resistentes a produtos químicos, óculos de segurança e máscara de proteção respiratória, e trabalhe em uma área bem ventilada ou sob uma capela de exaustão.
Descarte os resíduos de forma responsável, seguindo as regulamentações locais.

Obs:
Só irá ser rentável se tiver muito material ou então faz só a título de curiosidade.


Materiais Necessários:
Lixo eletrônico: Placas de circuito impresso (PCBs) de computadores antigos, celulares, televisores, etc.

Ácido Tricloroisocianúrico (ATCC): Pastilhas de cloro para piscina ou ATCC em pó.

Ácido clorídrico (HCl): Ácido muriático, encontrado em lojas de materiais de construção.

Peróxido de hidrogênio (H₂O₂): Água oxigenada 10 volumes (3%) ou superior.

Ureia: Para neutralizar o excesso de cloro.

Meta-bissulfito de sódio (MBS) ou Cloreto ferroso: Para precipitar o ouro.

Recipientes de vidro ou plástico resistentes a ácidos: Béqueres, baldes, etc.

Filtros de café ou papel de filtro: Para separar os sólidos.

Funil de plástico ou de vidro

Bastão de vidro ou plástico: Para agitar.

Placa de aquecimento (opcional): Para acelerar algumas reações.

PHmetro ou papel indicador de pH.

Bicarbonato de sódio: para neutralizar os resíduos líquidos ácidos antes de serem descartados para as águas residuais. 


Passo a Passo:

1. Preparação do Lixo Eletrônico
Desmontagem: Desmonte cuidadosamente os equipamentos eletrônicos para remover as placas de circuito impresso (PCBs).

Trituração/Fragmentação: Para aumentar a área de contato e acelerar a reação, é ideal triturar ou fragmentar as PCBs em pedaços menores. Cuidado para não inalar poeira durante este processo.

2. Lixiviação com Ácido Clorídrico
Passo a passo para recuperar ouro com limpa piscinas
Primeira Lixiviação: Em um recipiente de vidro ou plástico, coloque os pedaços de PCBs e adicione ácido clorídrico (HCl) suficiente para cobrir o material.

Aquecimento (Opcional): Se possível, aqueça suavemente a solução (não ferva) para acelerar a dissolução dos metais menos nobres (cobre, níquel, estanho, etc.). Isso pode levar algumas horas.

Filtração: Filtre a solução para remover os metais dissolvidos e outros resíduos. O ouro permanecerá nos sólidos, juntamente com outros metais mais nobres, como a prata. Lave bem os sólidos com água destilada. Descarte o filtrado de forma responsável.

3. Dissolução do Ouro com ATCC e HCl
Preparação da Solução de Ácido Tricloroisocianúrico: Em outro recipiente, adicione os sólidos ricos em ouro obtidos na etapa anterior.
ácido de piscina para recuperar ouro do lixo
Adição de ATCC e HCl: Adicione água suficiente para cobrir os sólidos. Em seguida, adicione cuidadosamente o ácido tricloroisocianúrico (ATCC) e o ácido clorídrico (HCl) à mistura. A proporção exata pode variar, mas uma boa base é usar cerca de 1 parte de ATCC para 3 a 5 partes de HCl (em volume, ajustando conforme a concentração). O ATCC, em ambiente ácido, libera cloro gasoso, que, junto com o HCl, forma a "água régia" in situ, capaz de dissolver o ouro.

Reação: Agite a mistura ocasionalmente. A reação pode levar várias horas, dependendo da quantidade de ouro e da granulometria do material. Você verá a solução adquirir uma cor amarelada/alaranjada, indicando a dissolução do ouro.

Aquecimento (Opcional): Um aquecimento suave pode acelerar a reação, mas cuidado para não superaquecer, pois pode haver liberação excessiva de cloro.

Neutralização do Cloro (Opcional, mas recomendado): Após a dissolução do ouro, pode haver excesso de cloro na solução. Para neutralizá-lo e evitar que interfira na precipitação do ouro, adicione pequenas quantidades de ureia. Teste com papel indicador de pH para garantir que o pH esteja ácido (geralmente entre 1 e 2).

4. Filtração da Solução de Ouro
Filtração: Filtre a solução resultante para remover quaisquer resíduos sólidos não dissolvidos. O ouro agora está dissolvido na solução líquida.

Lave o resíduo sólido: Lave o resíduo sólido com água destilada algumas vezes para garantir que todo o ouro dissolvido seja recuperado. Adicione a água de lavagem ao filtrado.

5. Precipitação do Ouro
Ajuste do pH (se necessário): O pH da solução de ouro deve estar ácido (abaixo de 2) para uma precipitação eficaz.

Adição do Precipitante: Adicione lentamente o meta-bissulfito de sódio (MBS) ou o cloreto ferroso à solução de ouro enquanto agita. Você notará a formação de um precipitado marrom-escuro ou preto. Este é o ouro metálico.

Decantação e Lavagem: Deixe o precipitado assentar no fundo do recipiente. Decante cuidadosamente a solução restante (que agora não contém ouro) e lave o precipitado de ouro com água destilada várias vezes para remover impurezas e excesso de produtos químicos.

6. Refino e Secagem
Coleta do Ouro: Transfira o precipitado de ouro para um papel de filtro ou cadinho.

Secagem: Seque o ouro precipitado em um forno ou estufa a baixa temperatura, ou ao ar livre.

Fundição (Opcional): Para obter ouro de alta pureza, o pó de ouro seco pode ser fundido em um cadinho em alta temperatura (acima de 1064°C) para formar uma pepita ou barra.



Considerações Importantes:
Segurança: Repetindo, a segurança é primordial. Trabalhe em área ventilada, use EPIs e descarte os resíduos corretamente.

Proporções: As proporções dos produtos químicos podem precisar ser ajustadas dependendo da quantidade de material e da concentração dos ácidos. Comece com as proporções sugeridas e ajuste conforme a necessidade.

Pureza: O ouro recuperado através deste método pode não ser 100% puro e pode exigir refino adicional para aplicações específicas.

Legislação: Verifique as leis e regulamentações locais sobre o descarte de resíduos químicos e a recuperação de metais preciosos.


A recuperação de ouro de lixo eletrônico é um processo que exige paciência, conhecimento químico e, acima de tudo, um compromisso com a segurança e a responsabilidade ambiental.


Metais mais caros do mundo

Os metais mais caros do mundo
(naturais e químicos)

Os metais mais caros do mundo são valorizados pela sua raridade, propriedades únicas e aplicações especializadas em diversas indústrias. Embora o ouro e a platina sejam amplamente conhecidos, existem outros metais que alcançam preços significativamente mais altos.

Metais preciosos são considerados commodities
most expensive metals in the world

Commodities são matérias-primas ou produtos agrícolas primários que podem ser comprados e vendidos. São fungíveis, o que significa que uma unidade da commodity é essencialmente intercambiável com outra unidade do mesmo tipo, independentemente de sua origem. Por exemplo, uma onça de ouro é uma onça de ouro, independentemente de onde tenha sido minerada.
E embora sejam commodities, os metais preciosos têm uma natureza dupla, atuando tanto como matéria-prima para a indústria quanto como importantes ativos financeiros.

Então, as flutuações dos preços dos metais preciosos vão ser considerados pela lei da procura e da oferta e podem variar, porém, outros fatores podem influenciar e inflacionar os preços.

Aqui está uma lista dos metais mais caros, começando pelo mais valioso:

1. Califórnio (Californium - Cf)
Californium - Cf

O Califórnio é, de longe, o metal mais caro do mundo.
É um elemento sintético, altamente radioativo e extremamente perigoso, com pouquíssima produção anual (apenas microgramas). Sua principal utilidade é em aplicações nucleares, como o início de reatores nucleares e em radiografia de nêutrons para inspecionar componentes estruturais. Também tem usos na medicina para tratamento de certos tipos de câncer. Seu valor pode chegar a centenas de milhões de euros por onça devido à sua extrema escassez e ao complexo processo de produção.

2. Ródio (Rhodium - Rh)
O Ródio é o segundo metal mais caro e de longe o mais valioso entre os metais preciosos "tradicionais" (como ouro, prata, platina e paládio) e é um elemento químico. É um metal branco-prateado, extremamente raro e com alta refletividade. Sua demanda é impulsionada principalmente pela indústria automotiva, onde é essencial em conversores catalíticos para reduzir as emissões de gases tóxicos.

3. Irídio (Iridium - Ir)
O Irídio é um dos elementos naturais mais raros da crosta terrestre, conhecido por ser extremamente duro, quebradiço e o mais resistente à corrosão e ao calor de todos os metais. É frequentemente usado em ligas metálicas para aumentar a dureza e a resistência, bem como em velas de ignição de alta performance e em eletrônica.

4. Paládio (Palladium - Pd)
O Paládio é outro metal do grupo da platina e, assim como o ródio, é amplamente utilizado em conversores catalíticos automotivos. É um metal natural mais escasso que a platina e sua demanda tem crescido devido às regulamentações ambientais mais rigorosas. Também é encontrado em eletrônicos e em joalheria.

5. Ouro (Gold - Au)
gold nugget, oficina 70
Embora não seja o metal mais caro, o Ouro é o metal precioso mais conhecido e o mais utilizado como investimento, joalheria e símbolo de riqueza. O Ouro é um o metal natural mais utilizado no mundo. Possui excelente condutividade e resistência à corrosão, sendo também empregado em eletrônica e odontologia.

6. Platina (Platinum - Pt)
A Platina é um metal natural raro e valorizado, conhecido por sua durabilidade e resistência ao embaçamento. É amplamente utilizada em joalheria, catalisadores industriais (incluindo conversores automotivos) e em equipamentos de laboratório.

7. Rutênio (Ruthenium - Ru)
O Rutênio é um metal natural raro do grupo da platina, usado principalmente como agente de liga para endurecer outros metais, como a platina e o paládio. Também tem aplicações em eletrônica e na indústria química.

8. Ósmio (Osmium - Os)
O Ósmio é o metal mais denso que ocorre naturalmente na Terra, com uma cor azul-acinzentada. É valorizado por sua extrema dureza e densidade, sendo usado em contatos elétricos, pontas de canetas-tinteiro de alta qualidade e em alguns implantes cirúrgicos.

9. Rênio (Rhenium - Re)
O Rênio é um elemento químico, conhecido por ser um dos metais mais raros da crosta terrestre e um dos mais caros. O rênio não é encontrado em estado puro na natureza.
O Rênio se destaca por ter o terceiro maior ponto de fusão e o maior ponto de ebulição entre todos os elementos naturais. Sendo assim ele é usado em super ligas para motores a jato, catalisadores em refinarias de petróleo, fios e filamentos, eletrônica e aplicações espaciais.

Outros:
Índio (Indium - In), Escândio (Scandium - Sc) ...


OBS:
É importante notar que os preços desses metais podem flutuar significativamente devido a fatores como oferta, demanda industrial, guerras, condições econômicas globais e especulação no mercado.