Fulgurito o mineral formado pelos raios

Segundo a regra geral os minerais se formam através de processos que levam milhares, senão, milhões de anos, porém, como tudo há algumas exceções e um deles são os fulguritos.

Fulgurito
Quando um raio atinge o solo e dependendo da formação deste solo, este mineral é formado em questões de milésimos de segundos.
Vamos explicar melhor:
Fulgurito (do latim fulgur, "raio") é uma modificação de areias quartzosas, ou rochas quando submetidas a descargas elétricas de origem atmosférica. São corpos vitrificados, devido à fusão da sílica, de forma oblonga, cilíndrica ou tubular e geralmente ocos.
Fulgurito o mineral formado pelos raios
Podem medir de centímetros até metros de comprimento e possuem a exata forma do raio ao atingir o solo e por ele se espalhar, razão pela qual podem apresentar também ramificações laterais. São estruturas frágeis e devem ser escavados de forma cuidadosa para não se partirem e permitirem ser estudados. Normalmente são encontrados em região de dunas. Após formado, o fulgurito fica totalmente enterrado na areia, mas devido a movimentação natural das mesmas os frágeis tubos de vidro ficam expostos, o que facilita serem visualizados e desenterrados. Notará que por dentro terá aparência vítrea, mas por fora os grãos de areia semi-fundidos dão-lhe uma aparência áspera. Possui as mais variadas tonalidades, dependendo da coloração da própria areia.
Eles podem, portanto, ser referidos como relâmpagos petrificados.
Eles são classificados como uma variedade de lechatelierite mineralóide, embora sua composição química absoluta é dependente das propriedades físicas e químicas do material cristalino geralmente granular fornecendo uma rede de dissipação condutiva elétrica e termicamente para transferência de energia facilitada por raios. Fulguritos são homólogas às figuras de Lichtenberg, que são os padrões de ramificação produzidos nas superfícies dos isoladores durante a ruptura dielétrica por descargas de alta voltagem, como raios.
Fulgurito o mineral formado pelos raios

Alguns fulguritos chegam a atingir 20 m de comprimento e diâmetro de 6,2 cm, mas o usual é se encontrar peça menores mesmo porque ela se quebra facilmente. A espessura da parede costuma ter 1 a 5 mm.

Classificação dos fulguritos:
Fulgurites foram classificados por Pasek et al. (2012) em cinco tipos relacionados ao tipo de sedimento em que o fulgurito se formou.

Tipo I
Fulguritos de areia com estrutura tubária; seu vazio axial central pode ser colapsado.
Tipo II
Fulguritos de solo; estes são ricos em vidro e formam uma ampla gama de composições de sedimentos, incluindo solos ricos em argila, solos ricos em sedimentos, solos ricos em cascalho, e Loesse; estes podem ser tubáceos, ramificados, vesiculares, irregulares/escorregadios, ou podem exibir uma combinação dessas estruturas, e podem produzir fulguritos exógenos (fulguritos de gotículas).
Tipo III
Fulguritos de sedimentos de caliche ou sedimentos cálcicos, tendo paredes granulares grossas, frequentemente superficialmente vidradas, com massa sólida vítrea rica em cálcio, com pouco ou nenhum vidro de lechatelierite; suas formas são variáveis, com múltiplos canais centrais estreitos comuns, e podem abranger toda a gama de variações morfológicas e estruturais de objetos fulguríticos.
Tipo IV
fulgurite type IV
Fulguritos rochosos, que são crostas em rochas minimamente alteradas, redes de tunelamento dentro de rochas, rochas vesiculares liberadas por gás (geralmente envidraçadas por uma crosta rica em silício e/ou óxido de metal) ou material rochoso completamente denso e vitrificado e massas de estas formas com pouca massa sedimentar.
Tipo V
Fulguritos [gotículas] (fulguritos exógenas), que mostram evidências de ejeção (por exemplo, esferoidal, botrioidal, filamentosa ou aerodinâmica), relacionadas por composição dos fulguritos Tipo II e Tipo IV.

Exemplo de fulgurito tipo 4 no local da queda do raio:
Fulgurito tipo 4 no local da queda do raio

Fulguritos no Brasil:
Não que seja comum no Brasil, mas é algo desconhecido de muitos brasileiros e de colecionadores.
No Rio Grande do Sul, há um local particularmente rico em fulguritos desse tipo. Fica em São José do Norte, no litoral sul do Estado. Ali, a queda de raios nas dunas é tão freqüente que facilmente se encontram pedaços de lechatelierita com 10 cm de comprimento em média.

Fulguritos artificiais:
Fulguritos artificiais são fulguritos feitos através de correntes de alta voltagem em recipientes próprios com sílica, areias ou outros minerais e rochas para fusão.

Principais fornecedores de Fulguritos naturais:
Fulguritos da Argélia
Países do norte da África são os principais fornecedores de fulguritos para colecionadores, museus e faculdades. São eles, Marrocos, Líbia, Mauritânia e Argélia.
Isto acontece porque grande parte da África do Norte onde predomina a região desértica conhecida como o Deserto do Saara.

Por que caem tantos raios em dunas e locais com areia?
Porque sob os cômoros de areia há grande concentração de minerais de ferro e manganês na forma de grãos de areia, o que atrai as descargas.
Quando um raio atinge uma árvore e esta árvore estiver em solo arenoso há forte possibilidades de haver fulguritos na sua base, isto se o raio for intenso e a árvore não absorver toda a energia deixando que parte da descarga chegue ao solo, assim podem haver pequenos fulguritos na base do tronco.

Fontes:

Fonte de imagens:

Sem comentários:

Enviar um comentário